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quarta-feira, 9 de setembro de 2015
FISIO SIM.
A importância da fisioterapia na UTI
Cláudia Fontão Costa1
Claudia.fon.tao@hotmail.com
Dayana Priscila Maia Mejia2
Pós-graduação em Terapia Intensiva– Faculdade Ávila
Resumo
O presente artigo apresenta a importância da fisioterapia na Unidade de Terapia Intensiva
(UTI). A fisioterapia aplicada na UTI tem uma visão geral do paciente, pois atua de maneira
complexa no amplo gerenciamento do funcionamento do sistema respiratório e de todas as
atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória. É fundamental que as
vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcionem adequadamente. A
fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois
atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e
musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Ela também atua
na otimização (melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização contínua dos
gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para que os
pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a força
dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar
contraturas e úlceras de pressão.
Palavras-chave: Fisioterapia; Unidade de Terapia Intensiva; Reabilitação.
1. Introdução
De acordo com Norremberg e Vincent (2000), nas últimas décadas as unidades de terapia
intensiva (UTIs) têm se tornado uma concentração não somente de pacientes críticos e de
tecnologia avançada, mas também de uma equipe multiprofissional experiente com
competências específicas.
Segundo Stiller (2000), o profissional fisioterapeuta, como integrante desta equipe, necessita
cada vez mais de aprimoramento e educação especializada para fazer frente ao avanço dos
cuidados intensivos. Em países desenvolvidos, a função do fisioterapeuta depende de muitos
fatores, como a própria característica da inserção da Fisioterapia em cada país, a tradição, o
nível do curso de graduação, treinamento e competência.
Embora existam poucos relatos na literatura sobre o perfil e a atuação profissional
fisioterapêutica em UTIs, Norremberg e Vincent (2000) estudaram esse assunto em 17 países
da Europa Ocidental e, apesar do número pequeno de respostas, constataram que havia
diversidade quanto à função do fisioterapeuta e às técnicas empregadas.
Outros estudos demonstraram que essas diferenças dependem também do número de
profissionais fisioterapeutas exercendo funções (STILLER, 2000; JONES et al., 1992).
Conforme assinala Vincent et al. (1997), no Brasil, embora os fisioterapeutas estejam cada
vez mais presentes nas UTIs, sua atuação difere em cada instituição, não estando suas
competências bem definidas. Diferentemente de outros profissionais, como médicos e
enfermeiros que, tradicionalmente têm suas funções já consagradas devido à histórica
existência, a fisioterapia é uma profissão que só recentemente foi reconhecida no Brasil.
1
Pós-graduanda em Terapia Intensiva.
2 Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bioética e Direito
em Saúde.
2
Em nosso meio, a inserção do fisioterapeuta em UTI começou no final da década de 1970 e
sua afirmação como integrante da equipe de assistência intensiva tem sido progressiva.
Embora a aplicação das técnicas fisioterapêuticas se faça por profissionais da área e o
processo educacional e de treinamento em terapia intensiva seja divulgado em todo o país,
não se conhece a real inserção do fisioterapeuta nessa área de especialidade. Existem no
Brasil mais de 1.500 unidades de terapia intensiva cadastradas na Associação de Medicina
Intensiva Brasileira (Amib), com diferentes características e, possivelmente, com
fisioterapeutas aí trabalhando. Porém, é difícil analisar as práticas assistenciais
fisioterapêuticas e as responsabilidades assumidas por esse profissional sem dimensionar e
caracterizar as condições da fisioterapia nas várias UTIs brasileiras.
Assim, justifica-se a realização deste estudo sobre o fisioterapeuta que atua nesse ambiente
hospitalar para que, com base em levantamento bibliográfico, possam ser postas em prática
perspectivas quanto à profissionalização e à educação na área da Fisioterapia em Terapia
Intensiva. O objetivo deste estudo foi estudar a importância dos fisioterapeutas que atuam nas
unidades de terapia intensiva.
2. Unidade de Terapia Intensiva (UTI)
Segundo Faria (2010), a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracteriza-se como um local
para o adequado tratamento dos indivíduos que possuem um distúrbio clínico importante.
Neste local existe um sistema de monitorização contínua que permite o rápido tratamento para
os pacientes graves ou que apresentam uma descompensação de um ou mais sistemas
orgânicos. A equipe que atua e presta atendimento neste local é multiprofissional, e é
constituída por: médicos, enfermeiros, fisioterapeutas cardiorrespiratórios, nutricionistas,
psicólogos e assistentes sociais.
Para Caetano et al.(2007), os pacientes que necessitam de ajuda perante o quadro de
instabilidade clínica por algum motivo de alteração no sistema orgânico, podendo ser pela
presença de doenças, traumas e acidentes de várias existências, tendo como conseqüência a
admissão hospitalar devido sua situação de sofrimento, precisando do atendimento médico
imediato com acompanhamento da equipe hospitalar no qual a fisioterapia intensiva faz parte
da mesma. Entre a maioria dos casos de doentes internados no hospital, tanto na Unidade de
Terapia Intensiva quanto no Pronto Socorro, necessitam do atendimento preciso e qualificado
devido estar debilitado e podendo sofrer várias complicações oportunas. Sendo assim,
precisando de abordagens necessárias de reabilitação e cuidados que envolva a parte de todo o
sistema corporal no qual gera a prevenção ou diminuição destas complicações e retarda a
evolução de certas patologias que pode aumentar a gravidade deste indivíduo.
Com isso é fundamental a presença do fisioterapeuta intensivista fazendo parte da equipe de
terapia intensiva na UTI devido estar preparado através dos seus conhecimentos técnicos
especializado na área de Terapia intensiva, para que aumenta a qualidade do tratamento,
interação com a equipe médica, evitando acidentes pela falta orientação técnica, respeitando
as normas da vigilância sanitária em relação ao índice de infecção hospitalar, visando sempre
à melhora deste paciente crítico. Por esse motivo a grande importância deste profissional ter
uma formação especifica qualificada para estar preparado e dedicado ao atendimento de
Pacientes graves ou potencialmente graves internados na Unidade de Terapia Intensiva
(SOUZA, 2010).
Mesmo sendo um ambiente ideal para a assistência aos pacientes em situação grave, a
Unidade de Terapia Intensiva é vista como um dos locais mais desagradáveis (VILA &
ROSSI, 2009), tanto para o paciente quanto para a equipe responsável.
3
De acordo com a portaria nº 3432, 12 de agosto de 1998 do Ministério da Saúde, a UTI deve
contar com equipe básica composta por:
-um responsável técnico com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação
em medicina intensiva pediátrica;
-um médico diarista com título de especialista em medicina intensiva ou com habilitação em
medicina intensiva pediátrica para cada dez leitos ou fração, nos turnos da manhã e da tarde;
-um médico plantonista exclusivo para até dez pacientes ou fração;
-um enfermeiro coordenador, exclusivo da unidade, responsável pela área de enfermagem;
-um enfermeiro, exclusivo da unidade, para cada dez leitos ou fração, por turno de trabalho;
-um fisioterapeuta para cada dez leitos ou fração no turno da manhã e da tarde;
-um auxiliar ou técnico de enfermagem para cada dois leitos ou fração, por turno de trabalho;
-um funcionário exclusivo responsável pelo serviço de limpeza; -acesso a cirurgião geral (ou
pediátrico), torácico, cardiovascular, neurocirurgião e ortopedista.
Com vista ao alcance da qualidade no atendimento em UTI, "(...) se faz necessária uma
reflexão das ações realizadas no cotidiano, e consequentemente, mais preparo dos
profissionais, não só sob o aspecto teórico e técnico, mas também, voltada à transformação da
assistência numa perspectiva mais humanitária" (CAETANO et al., 2009, p. 325). Além disso,
é relevante observar "(...) até que ponto o progresso tecnológico como se verifica hoje é
'saudável' e promove o crescimento e a harmonização das pessoas" (IDEM). Ou seja, é
preciso refletir que, embora o avanço tecnológico e o seu preparo sejam necessários para que
o tratamento seja satisfatório, ele não deve esquecer da essência inerente àqueles que fazem
parte deste processo.
3. Fisioterapia na UTI
Segundo Hammon (2003), nas últimas décadas as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm se
tornado uma concentração não somente de pacientes críticos e de tecnologia avançada, mas
também de uma equipe multiprofissional experiente com competências específicas. A
inserção do fisioterapeuta em UTI começou no final da década de 70 e sua afirmação como
membro integrante da equipe de assistência intensiva tem sido progressiva. O profissional
fisioterapeuta, como membro integrante desta equipe, necessita cada vez mais de
aprimoramento e educação especializada para fazer frente ao avanço dos cuidados intensivos
e, sem dúvida, formam uma importante parte da equipe da UTI.
Para Gonçalves (2004), o fisioterapeuta intensivista tem uma visão geral do paciente e tem a
atividade de, continuamente, avaliar as funções fisiológicas de um paciente em tempo real,
com a finalidade de orientar a terapia a ser aplicada e/ou observar a resposta a um tratamento.
É o profissional responsável pelo diagnóstico fisioterapêutico através da avaliação físicofuncional.
A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas
corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares,
circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. É de
importância fundamental em pacientes graves devido a maior vulnerabilidade e complicações
súbitas.
De acordo comSarmento (2007), dentre as funções exercidas na UTI está a atuação de
maneira complexa no gerenciamento do funcionamento do sistema respiratório e de todas as
atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória, como a monitorização
contínua dos gases respiratórios e dos aparelhos utilizados como suporte ventilatório. É de
fundamental importância a manutenção e recuperação da função pulmonar, através de
técnicas e exercícios respiratório específicos para garantir vias aéreas pérvias e expandidas,
evitando assim o acúmulo de secreção e prevenindo complicações respiratórias. Podem atuar
também, em conjunto com o intensivista, no ajuste da ventilação mecânica, supervisão do
4
desmame da ventilação mecânica, extubação e implementação e supervisão da ventilação
mecânica não-invasiva.
O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a manutenção dos músculos, tanto
esqueléticos como respiratórios com técnicas de treinamento muscular, diminuir a retração de
tendões e evitar os vícios posturais e imobilidade que podem provocar contraturas e úlceras de
pressão. Para isso o profissional utiliza técnicas, recursos e exercícios terapêuticos em
diferentes fases do tratamento e de acordo com as condições clínicas e necessidades do
paciente, para alcançar uma melhor efetividade do tratamento. Além disso, a reabilitação pode
auxiliar no desenvolvimento de um sentimento de independência, estabelecer
responsabilidade de auto-ajuda e melhorar a auto-estima. A fisioterapia tem o papel de
potencializar o caminho da humanização e projetar uma nova sociabilidade futura (PRESTO
& PRESTO, 2003).
Considerando que o trabalho intensivo dos fisioterapeutas diminui o risco de complicações e
infecções hospitalares, há a redução do sofrimento dos pacientes e, consequentemente,
permite a liberação mais rápida e segura das vagas dos leitos hospitalares. Diante disso, a
atuação do fisioterapeuta especialista nas UTI implica em benefícios principalmente para os
pacientes, mas também para o custo com a saúde em geral.
4. A importância do fisioterapeuta na UTI
Sarmento (2007) assinala que a fisioterapia aplicada na UTI tem uma visão geral do paciente,
pois atua de maneira complexa no amplo gerenciamento do funcionamento do sistema
respiratório e de todas as atividades correlacionadas com a otimização da função ventilatória.
É fundamental que as vias aéreas estejam sem secreção e os músculos respiratórios funcionem
adequadamente. A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas
corporais, pois atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares,
circulatórias e musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas. Ela
também atua na otimização (melhora) do suporte ventilatório, através da monitorização
contínua dos gases que entram e saem dos pulmões e dos aparelhos que são utilizados para
que os pacientes respirem melhor. O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a
força dos músculos, diminuir a retração de tendões e evitar os vícios posturais que podem
provocar contraturas e úlceras de pressão, conforme ilustra a figura 1 e 2.
Fonte: Sarmento, 2007.
Figura 1: Trabalho do fisioterapeuta em UTI.
5
Fonte: Sarmento, 2007.
Figura 2: Exercícios realizados pelo fisioterapeuta em UTI
Atualmente são reconhecidas como intervenções competentes ao Fisioterapeuta
Intensivista,de acordo com Borges et al.(2009):
- Assistência Ventilatória: Oxigenoterapia, Assistência Ventilatória Mecânica Não-Invasiva,
Assistência Ventilatória Mecânica Invasiva, Desame Ventilatório, Manobras de Higienização
Brônquica, Manobras de Reexpansão Pulmonar, aspiração traqueal, atuação específica em
Parada-Cárdio-Respiratória, atuação específica no transporte intra-hospitalar e extrahospitalar,
Atendimento emergencial; além das condutas de tratamento cinesio-funconais, que
são secundárias em um paciente crítico, devido às prioridades de tratamento impostas à sua
condição.
A considerar que o trabalho do Profissional em Fisioterapia Intensiva tem se mostrado
eficiente no combate aos riscos de complicações e sofrimento à estes pacientes críticos, podese
afirmar que a atuação do Fisioterapeuta Especialista em UTI, implica não somente em
benefícios àquele que necessita de sua atenção, mas sim, para a saúde pública como um todo.
Como produto deste reconhecimento, no ano de 2011, o Conselho Federal de Fisioterapia e
Terapia Ocupacional (COFFITO) reconheceu a Fisioterapia em Terapia Intensiva como
especialidade do profissional fisioterapeuta através da RESOLUÇÃO COFFITO Nº 392, de
04 de outubro de 2011; firmando de vez a importância deste profissional junto à equipe
multiprofissional na atenção à saúde de pacientes criticamente enfermos nas Unidades de
Tratamento Intensivo no Brasil.
A função que o fisioterapeuta exerce na Unidade de Terapia Intensiva varia
consideravelmente de uma unidade a outra, dependendo do país, da instituição, do nível de
treinamento e da situação do paciente. Em alguns países ou instituições o fisioterapeuta tem a
responsabilidade de avaliar todos os pacientes em Unidades de Terapia Intensiva, sendo que,
em outros locais, participam da equipe de cuidados quando o médico responsável solicita sua
participação (STILLER, 2000).
4.1 Recursos utilizados pelo fisioterapeuta nas UTIs
Segundo Borges et al. (2009), o fisioterapeuta utiliza técnicas, recursos e exercícios
terapeuticos em diferentes fases do tratamento, sendo necessário para alcançar uma melhor
6
efetividade a aplicação do conhecimento e das condições clínicas do paciente. Assim, um
plano de tratamento condizente é organizado e aplicado de acordo com as necessidades atuais
dos pacientes, como o posicionamento no leito, técnicas de facilitação da remoção de
secreções pulmonares, técnicas de reexpansão pulmonar,técnicas de treinamento muscular,
aplicação de métodos de ventilação não invasiva, exercícios respiratórios e músculoesqueléticos,
de acordo com a figura 3.
Fonte: Borges et al., 2009..
Figura 3: Fisioterapia respiratória.
4.2 Vantagens de ter o fisioterapeuta na equipe multidisciplinar da UTI
Segundo Feltrim (2002), a presença do especialista em fisioterapia cardiorrespiratória é uma
das recomendações básicas de todas as UTIs. O trabalho intensivo dos fisioterapeutas diminui
o risco de complicações do quadro respiratório, reduz o sofrimento dos pacientes e permite a
liberação mais rápida e segura das vagas dos leitos hospitalares. A atuação profissional
também diminuiu os riscos de infecção hospitalar e das vias respiratórias, proporcionando
uma economia nos recursos financeiros que seriam usados na compra de antibióticos e outros
medicamentos de alto custo. Diante disso, a atuação do fisioterapeuta especialista nas UTIs
implica em benefícios principalmente para os pacientes, mas também para o custo com a
saúde num geral.
4.3 Atribuições do Fisioterapeuta Intensivista (FI)
De acordo com Feltrim (2002), o fisioterapeuta intensivista (FI) é profissional que se dedica
ao atendimento do paciente crítico, efetuando diagnósticos e terapias cinesio-funcionais. Sua
importância é reconhecida na Portaria do MS a qual prevê sua obrigatoriedade em regime
exclusivo de 12 horas nas UTIs. É sua função elaborar o prontuário fisioterapêutico com os
diagnósticos e tratamentos funcionais e finalização de alta. Como agente promotor da
fisioterapia, deve ser o coordenador dos procedimentos fisioterapêuticos, orientado os
componentes das Unidades, sobretudo auxiliares, e sendo o realizador principal dessa
atividade.
Titulação- No âmbito de complexidade, a fisioterapia participa do processo na sua integridade
o que exige formação específica e competente, impondo-se critérios de Titulação.
Formação e Titulação: As tendências atuais levam a duas formas de titulação direta emitida
através do Conselho de Fisioterapia, ou seja, a de especialização em CF-AFIB ou
profissionais que comprovem até 2003 5 anos de atuação em UTI.
Objetivos da especialização em FI:
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- Capacitar o fisioterapeuta a utilizar os modernos recursos diagnósticos cinesiológicos
funcionais e fisioterapêuticos na prática clínica da Fisioterapia Intensiva;
- Aprofundar os conhecimentos do fisioterapeuta quanto à administração do Processo
Fisioterapêutico, englobando os aspectos diagnósticos, prognósticos e intervencionistas,
considerando as ações sinérgicas e cinéticas dos órgãos e sistemas humanos;
- Capacitar os fisioterapeutas á resolução de intercorrências relacionadas à prática
fisioterapêutica;
- Aperfeiçoar o nível de assistência prestada por fisioterapeutas no âmbito da Fisioterapia
Intensiva;
- Favorecer o desenvolvimento da formação científica no campo da Fisioterapia Intensiva, e
- Formar especialistas designados fisioterapeutas intensivista para abrangência proporcional
mercadológica do crescimento nacional das UTIS
É de caráter obrigatório que todos profissionais sejam submetidos a aprovação
do SAFI e recomenda-se o ACLS Advanced Cardiologic Life Support para ser portador do
título de especialista em FI.
O FI tem a necessidade de conhecer a clinica e as manifestações das doenças nos diversos
sistemas para poder interagir melhor no atendimento fisioterapêutico.
Atuação Específica :
a. Parada-Cárdio-Respiratória : Os procedimentos fisioterapêuticos intensivos podem
favorecer fatores que induzam a arritmias. Portanto o fisioterapeuta deve em situações
emergenciais iniciar as manobras de reanimação pertinentes incluindo ABCD primário e, na
ausência do médico e caracterizada a urgência-emergência, efetuar o A secundário ( intubação
orotraqueal ) desde esteja habilitado ( portador do ACLS e Título ). Assistência Ventilatória :
refere-se a indicação, acompanhamento e técnica de desmame com avaliação dos principais
índices respiratórios como Tobim e PaO2/Fio2. Na prática é essencial a utilização dos
ventilômetros, manovacuômetros, e insentivadores;
b. Transporte intra-hospitalar: deve ser de rotina o acompanhamento do FI no transporte
de pacientes dependentes de oxigênio ou ventiladores para exames como tomografia
computadorizada e ressonâncias, onde com ventiladores microprocessados de transporte com
MICROTAK podem ser de extrema importância em pacientes dependentes de modos
ventilatórios volumétricos e peep;
c. Atendimento emergencial – pronto socorro
Diretrizes curriculares básicas para formação do FI: O projeto pedagógico destinado a
formação do FI inclui sua atividade de formação exclusiva no ambiente UTI, com carga
horária mínima de 1600 horas, e mínimo de 13 meses, em Unidades que permitam 2 leito /
especializando e possuam alto grau de complexidade. Curricularmente inclui nas suas
disciplinas:
1. Fisioterapia Pneumo-Funcional Intensiva;
2. Fisioterapia Neuro-Funcional Intensiva;
3. Assistência Ventilatória;
4. Exames Complementares em UTI;
5. Fisioterapia Cárdio-Vascular Intensiva;
6. Fisioterapia Músculo-esquelética;
7. Fisioterapia Nefrológica Intensiva;
Atuação do FI:
Assistência Ventilatória: Inclui a oxigenoterapia e Ventilação mecânica.
a) Oxigenioterapia: impregada através de catéter, máscara ou ventilação mecânica, deve
indicada e acompanhadas através de avaliações gasométricas diárias.
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b) Ventilação Mecânica: - avaliação de força e condição muscular global ( exame físico;
perimetria muscular; manovacuometro e ventilometro para musculatura. Monitorização
gráfica em pacientes em VM.
- Estratégia protetora
- SARA
- DPOC
- AVC
- TCE
- VMNI
- Desmame Ventilatória
Manobras de Higiene brônquica Intensivas
a) Técnica de Expiração Forçada ( TEF )
b) Técnica de Vibração
c) Percussão
d) Drenagem Postural
e) Reexpansão pulmonar
f) Aspiração traqueal
Manobras Motoras Intensivas : Reabilitação da musculatura em pacientes inconscientes e
conscientes sem estímulos voluntários através de eletroestimulação (FES), cinesioterapia.
Atuação em Escaras de Decubito através de posicionamento, uso de laser terapêutico e
manipulação miofascial (quando instalada a lesão). Indicações de Orteses para minimização
de distúrbios ostio-articulares.
a) Mobilização ativa
b) Mobilização passiva
c) Posicionamento intermitente
d) Avaliação da Monitorização Neurológica ( PIC – PPC ).
Análise dos Exames Complementares: Conhecimento necessário para interpretar os exames
de rotina em UTI (gasometrias, Radiologias Tórax, Tomografias, Eletrocardiograma, etc).
Interação Medicamentosa: Interações das principais drogas usadas pela parte médica nos
pacientes e suas implicações no atendimento fisioterapêutico.
Humanização: compromisso ético com o familiar e paciente, retratando o atendimento
fisioterapêutico e minimizando o sofrimento e melhorar sua condição psico-físico-social.
Atuação na equipe multidisciplinar: auxilia e interage com outros profissionais evidenciando
as indicações e contra indicações de suas condutas fisioterapêuticas estabelecendo prioridades
em suas intervenções.
Atuação na analgesia: Analgesia muscular (Termoterapia, Crioterapia, Eletroanalgesia) e
indicação da sedação, analgesia ou curarização para procedimento fisioterapêutico ou
assistência-ventilatória.
Prontuário Fisioterapêutico na Uti:
- Dados do paciente;
- Admissão;
- História Clínica;
- Exame Físico Geral;
- Exame físico Especial ( Sistemas );
- Hipótese Diagnóstica Fisioterapêutica cinesiológica;
- Tratamento fisioterapêutico funcional.
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5. Metodologia
Esta pesquisa se caracterizou por ser bibliográfica de cunho explicativo, onde foi
desenvolvida a partir de material já elaborado e publicado, constituído principalmente de
revistas especializadas em fisioterapia e artigos científicos.
A revisão literária enquanto pesquisa bibliográfica tem por função justificar os objetivos e
contribuir para própria pesquisa. E a pesquisa bibliográfica consiste no exame desse
manancial, para levantamento e análise do que já produziu sobre determinado assunto que
assumimos como tema de pesquisa científica (LAKATOS & MARCONI, 2010).
Utilizou-se a base de dados Medline, Pubmed, Scielo, Lilacs e Biblioteca Cochrane com
artigos publicados no período de 1990 a 2010, no idioma português e inglês.. Os descritores
adotados foram: fisioterapia, uti, reabilitação.
6. Resultados e Discussão
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) caracteriza-se como um local para o adequado tratamento
de indivíduos acometidos por distúrbio ou instabilidade clínica e o com potencial de
gravidade importante (CAETANO et al., 2007).
Feltrim (2002) salienta que esta unidade terapêutica é um ambiente de alta complexidade
destinada a pacientes em estado crítico que apresentam descompensação de um ou mais
sistemas orgânicos que necessitam de um rigoroso sistema de monitorização contínua e ao
mesmo tempo permite que os mesmos recebam uma rápida abordagem terapêutica.
Para Hammon (2003), a equipe que atua e presta atendimento neste local é multiprofissional,
e é constituída por: médicos, enfermeiros, fisioterapeuta intensivista, nutricionistas,
psicólogos e assistentes sociais.
Sarmento (2007) acentua que a fisioterapia está cada vez mais atuante em unidades de terapia
intensiva, sendo realizada por meio de diversificadas técnicas. Por ser uma terapia criteriosa,
deve ser cuidadosamente aplicada, para que se obtenha um resultado satisfatório.
Na maioria dos hospitais dos países desenvolvidos, a fisioterapia é parte integral do manejo
dos pacientes internados em UTI. Dentre as várias técnicas usadas pelos fisioterapeutas na
UTI, as mais comuns são: drenagem postural, mobilização, vibração, percussão,
hiperinsuflação manual, ASP e vários exercícios respiratórios, sendo rotineiramente utilizada
a combinação dessas técnicas, buscando observar a condição fisiopatológica subjacente do
paciente, com a intenção de impedir complicações pulmonares. A fisioterapia respiratória em
UTI envolve um grande número de técnicas associadas às modalidades de Ventilação
Mecânica. Em particular as manobras de higiene brônquica correspondem a um conjunto de
técnicas para garantir a viabilidade das vias aéreas, promovendo condições para uma
adequada ventilação e prevenção de infecções respiratórias (FELTRIM, 2002).
As sessões de fisioterapia reduzem em até 40% o tempo de permanência do paciente
internado em UTI (Unidade de Terapia Intensiva), quando aplicadas sem interrupções nas 24
horas do dia. A redução de complicações com a melhora do paciente deve-se ao tratamento
noturno. O procedimento garante a limpeza contínua dos pulmões, permite a extubação
(retirada do tubo traqueal) no período noturno, reduz a agressão mecânica e propicia
recuperação pulmonar mais rápida. A expansão dos serviços reduz o sofrimento do paciente,
permite a liberação mais rápida e segura dos leitos, com o conseqüente aumento do número de
vagas disponíveis, diminui os riscos de infecção hospitalar e propicia economia de recursos
financeiros.
Neste contexto o fisioterapeuta intensivista desempenha um papel importantíssimo, pois é
dele a responsabilidade, de uma visão complexa e geral do paciente, ou seja, ele detém amplo
conhecimento e prática do funcionamento do sistema respiratório, bem como, de todas as
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atividades que se correlacionem com a otimização ventilatória do individuo internado na UTI
(SARMEENTO, 2007).
O papel principal do fisioterapeuta intensivista é auxiliar na manutenção das funções vitais de
diversos sistemas corporais, pois é atuante tanto na prevenção e/ou no tratamento das doenças
cardiopulmonares, circulatórias e musculares, reduzindo assim o índice de possíveis
complicações clínicas. Também atua na melhora do suporte ventilatório, através da
monitorização contínua dos gases que entram e saem dos pulmões, respectivamente, PaO2 e
PaCO2, ajustes nos respiradores artificiais para adequar o paciente a uma ventilação mais
“fisiológica” quando este é submetido à ventilação mecânica invasiva. O fisioterapeuta
também possui o objetivo de trabalhar a força muscular acometida, diminuir a retração de
tendões e evitar os vícios posturais que podem provocar contraturas e úlceras de pressão no
ambiente de terapia intensiva (JONES et al., 1992).
Para Faria (2010), o intensivista no ambiente de terapia intensiva, conta com auxilio de
diversas técnicas e recursos terapêuticos que podem ser aplicados em diversas fases do
tratamento e de acordo com a clínica do paciente que no ambiente de UTI são mais
suscetíveis as patologias do trato respiratório. Dentre eles podemos citar: técnicas de higiene e
desobstrução brônquicas pulmonares: Drenagem postural, vibrocompressão, tosse dirigida,
glossopulsão retrógrada (lactentes), aumento do fluxo expiratório (AFE), técnica de expiração
forçada, drenagem autógena, expiração lenta total com a glote aberta (ELTGOL), e em casos
de pacientes que não conseguem tossir ou expelir naturalmente o acúmulo de secreção
pulmonar é realizada a aspiração traqueobrônquica seja através de tubo orotraqueal e
traqueostomia ou nasotraqueal e orotraqueal.
Técnicas de expansão pulmonar: exercícios diafragmáticos, reequilíbrio toraco-abdominal,
inspiração profunda, inspiração em tempos com ou sem pausa inspiratória, exercícios de
expansão torácica localizada, espirometria de incentivo, instituição de ventilação mecânica
não-invasiva através de respiração com pressão positiva dentre elas RPPI, CPAP e Bi-level,
técnica esta que promove conforto para o paciente, redução do trabalho respiratório, melhora
nas trocas gasosas e aumento de volumes e capacidades pulmonares quando aplicada de forma
correta.
Segundo Norrenberg e Vncent (2000), cabe ao profissional intensivista também o uso de
manobras ventilatórias como as de compressão e descompressão torácica e direcionamento de
fluxo aéreo, orientações quanto aos exercícios respiratórios e músculos-esqueléticos,
utilização de instrumentos que auxiliam nestas terapêuticas como: Respiron, EPAP,
Shaker/Flutter, Threshold e implementação da oxigenoterapia empregada através de cateter
nasal ou máscaras faciais que é indicada e acompanhada através de avaliações gasométricas
diárias. Monitorização gráfica em pacientes em VMI observando a necessidade e clínica dos
pacientes para a necessidade de mudança dos parâmetros ventilatórios e para avaliação da
extubação (retirada do tubo orotraqueal e interrupção da ventilação mecânica) ou desmame do
suporte ventilatório.
Neste contexto, as vantagens de se ter um fisioterapeuta especialista em terapia intensiva em
sua equipe multidisciplinar: É de suma importância, visto que se evidencia a redução de
complicações do quadro respiratório e muscular, redução do sofrimento dos pacientes,
permite a liberação mais precoce dos pacientes e assegura vagas dos leitos hospitalares
(NORRENBERG & VINCENT,2000; SARMENTO, 2007).
A atuação profissional também reduz de forma significativa os riscos de infecção hospitalar e
das vias aéreas respiratórias, proporciona economia nos recursos financeiros que seriam
usados na compra de antibióticos e outros medicamentos de alto custo. Diante disso, a atuação
do fisioterapeuta especialista nas unidades de terapia intensiva implica em benefícios
principalmente para os pacientes, mas também para o custo com a saúde de forma geral.
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7. Conclusão
Nas últimas décadas as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) têm se tornado uma
concentração não somente de pacientes críticos e de tecnologia avançada, mas também de
uma equipe multiprofissional experiente com competências específicas.
A inserção do fisioterapeuta em UTI começou no final da década de 70 e sua afirmação como
membro integrante da equipe de assistência intensiva tem sido progressiva. O profissional
fisioterapeuta, como membro integrante desta equipe, necessita cada vez mais de
aprimoramento e educação especializada para fazer frente ao avanço dos cuidados intensivos
e, sem dúvida, formam uma importante parte da equipe da UTI.
O fisioterapeuta intensivista tem uma visão geral do paciente e tem a atividade de,
continuamente, avaliar as funções fisiológicas de um paciente em tempo real, com a
finalidade de orientar a terapia a ser aplicada e/ou observar a resposta a um tratamento. É o
profissional responsável pelo diagnóstico fisioterapêutico através da avaliação físicofuncional.
A fisioterapia auxilia na manutenção das funções vitais de diversos sistemas corporais, pois
atua na prevenção e/ou no tratamento das doenças cardiopulmonares, circulatórias e
musculares, reduzindo assim a chance de possíveis complicações clínicas.
É de importância fundamental em pacientes graves devido a maior vulnerabilidade e
complicações súbitas.
Dentre as funções exercidas na UTI está a atuação de maneira complexa no gerenciamento do
funcionamento do sistema respiratório e de todas as atividades correlacionadas com a
otimização da função ventilatória, como a monitorização contínua dos gases respiratórios e
dos aparelhos utilizados como suporte ventilatório.
É de fundamental importância a manutenção e recuperação da função pulmonar, através de
técnicas e exercícios respiratório específicos para garantir vias aéreas pérvias e expandidas,
evitando assim o acúmulo de secreção e prevenindo complicações respiratórias.
Podem atuar também, em conjunto com o intensivista, no ajuste da ventilação mecânica,
supervisão do desmame da ventilação mecânica, extubação e implementação e supervisão da
ventilação mecânica não-invasiva.
O fisioterapeuta também possui o objetivo de trabalhar a manutenção dos músculos, tanto
esqueléticos como respiratórios com técnicas de treinamento muscular, diminuir a retração de
tendões e evitar os vícios posturais e imobilidade que podem provocar contraturas e úlceras de
pressão.
Para isso o profissional utiliza técnicas, recursos e exercícios terapêuticos em diferentes fases
do tratamento e de acordo com as condições clínicas e necessidades do paciente, para alcançar
uma melhor efetividade do tratamento. Além disso, a reabilitação pode auxiliar no
desenvolvimento de um sentimento de independência, estabelecer responsabilidade de autoajuda
e melhorar a auto-estima.
A fisioterapia tem o papel de potencializar o caminho da humanização e projetar uma nova
sociabilidade futura.
Considerando que o trabalho intensivo dos fisioterapeutas diminui o risco de complicações e
infecções hospitalares, há a redução do sofrimento dos pacientes e, consequentemente,
permite a liberação mais rápida e segura das vagas dos leitos hospitalares. Diante disso, a
atuação do fisioterapeuta especialista nas UTI implica em benefícios principalmente para os
pacientes, mas também para o custo com a saúde em geral.
12
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