quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Valor e Valorização

Nas minhas andanças pelo mundo real e virtual seu eu tivesse recebido R$ 2,00 toda vez que me chega a expressão - A Fisioterapia não é valorizada (dita pelos próprios fisioterapeutas) – eu já teria ganho, o maior prêmio em dinheiro concedido a um ser humano no planeta.

Mas agora pense comigo: Não lhe parece estranho que com tanto desenvolvimento na área da Fisioterapia, centenas de eventos científicos realizados e trabalhos publicados, milhares de novos profissionais formados a cada ano, milhões de pessoas reabilitadas, etc... essa tal valorização profissional parece estar cada vez mais distante?

E sabe onde o bicho tá pegando? No termo valor embutido na palavra valorização. Geralmente quando nos referimos a um produto ou serviço que adquirimos ou usamos temos a tendência de usar a designação valor para o avaliarmos. Se sentirmos satisfação pelo produto ou serviço nos referimos dizendo que valeu a pena a sua compra ou o uso, entende-se então que valor é a compensação que recebemos em troca de fazermos algo.

Porém se tão simples assim fosse, não poderíamos usar a designação valor nos produtos ou serviços que usufruímos gratuitamente. Valor é, portanto, mais que a compensação financeira dada em troca, valor é tudo aquilo que justifica a atenção, o tempo e o esforço que dedicamos a algo.

Valor, palavra de origem no latim, que faz parte do estudo da Axiología, um ramo da Filosofia, foi definido pelo antropólogo americano Clyde Kluckhohn, no livro Um Espelho para o Homem (Itatiaia Editora,2005), como “uma concepção do desejável que influencia a seleção dos modos, meios e fins da ação”.

Contudo no mundo profissional, infelizmente, para a maioria das pessoas, valorização profissional é sinônimo, apenas, de ganhar mais. Ter mais valor, significa, valer mais em dinheiro. E tem mais, esse valor, independente do significado que ele tenha, deve ser, simplesmente, dado por alguém.E como dizia um interessante comercial de televisão: tá na hora de rever os conceitos.

A Cadeia de Valor é para qualquer empresa, em qualquer negócio, um processo interligado de todas as atividades que criam valor, desde uma fonte básica de matérias primas, passando por fornecedores de componentes, até a entrega do produto final às mãos do consumidor. Esse conceito foi introduzido por Michael Porter em 1985, professor de administração de Harvard e consultor de estratégia de grandes empresas pelo mundo.

Aplicando esse principio em nossa vida profissional chegamos à simples, lógica e clara percepção que, valorização profissional, mesmo que ela signifique,para alguns, apenas melhorar a remuneração no final do mês, não pode ser mais vista como um presente, que nos será dado de mão beijada e sim como conseqüência de um processo. E que os elos, os agentes dessa Cadeia de Valor somos nós, fisioterapeutas, e que nessa condição, ninguém além de nós, pode desencadear esse processo.

Onde é que eu estou querendo chegar com tudo isso?
Está tramitando no Congresso o PL 05979/2009 que trata do piso salarial nacional de R$ 4.650,00, para os mais de300.000 fisioterapeutas desse país. E está disponível também o abaixo assinado para pressionar nossos congressistas para a rápida aprovação desse piso, sabe com quantas assinaturas? 2.804, apenas.

Como eu disse antes: tá na hora de rever os conceitos... porque a única coisa que cai do céu é chuva.

Acesse o abaixo assinado, -http://www.euconcordo.com/pisofisioja - ele foi criado por Tânia Marchezin, Fisioterapeuta há 15 anos - coordenadora serviço de fisioterapia do Complexo do Hospitalar Santa Casa de Franca e administradora do siteConcurso e Fisioterapia


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